3 coisas que aprendi com o cara que largou tudo e foi morar em Bali
Pegou o que tinha, comprou uma passagem só de ida, e foi. Chegou em Bali sem grandes planos, apenas com a intenção de respirar. De viver. De descobrir.
Outro dia, numa conversa aleatória, um amigo mencionou um conhecido em comum. A frase foi mais ou menos assim:
"Ele largou tudo, foi pra Bali e hoje vive uma vida simples. É outro cara."
Isso ficou na minha cabeça.
Não por conta da história em si, porque a gente já ouviu várias dessas por aí. Mas porque dessa vez bateu diferente. Talvez porque essa história tenha vindo de alguém real, próximo, que já andou pelas mesmas ruas que eu. Não era só uma daquelas narrativas inspiradoras de rede social. Era alguém de carne e osso.
Fui atrás de saber mais. O tal "cara de Bali" trabalhava com algo que muita gente admira — uma grande empresa, salário alto, carreira promissora. Mas internamente, ele se sentia exausto. Nada fazia sentido. Ele dizia que sentia como se estivesse afundando em uma rotina que não escolheu de verdade.
E aí, um dia, decidiu dar um basta.
Pegou o que tinha, comprou uma passagem só de ida, e foi. Chegou em Bali sem grandes planos, apenas com a intenção de respirar. De viver. De descobrir.
A história é cheia de nuances, mas o que mais me marcou foram três aprendizados que surgiram dessa jornada dele. E é isso que quero dividir aqui com você.
1. Ter tudo não significa estar bem
Antes de ir embora, ele já tinha alcançado o que muitos chamam de “sucesso”: status, conforto financeiro, reconhecimento. Mas nada disso preenchia o vazio que sentia por dentro.
O curioso é que, depois que largou tudo, ele perdeu muitos desses “benefícios”. Só que, pela primeira vez, começou a dormir bem. Acordar leve. Sentir que estava vivendo, não apenas cumprindo obrigações.
Foi aí que percebi: às vezes, estar "bem na foto" não tem nada a ver com estar bem de verdade. A sensação de paz interna não se compra, não se finge e não se troca por um crachá bonito.
2. Fazer pausas é essencial — não é luxo, é necessidade
A gente vive em um ritmo maluco. Trabalha demais, se cobra o tempo todo, nunca acha que está fazendo o suficiente. E quando alguém resolve parar tudo pra respirar, logo escutamos: “Que coragem!”. Ou até: “Que irresponsabilidade!”
Mas a real é que parar não é fuga. É estratégia.
Ele me disse que, em Bali, os primeiros dias foram estranhos. Sem agenda, sem reuniões, sem metas. Mas com o tempo, foi redescobrindo o prazer de simplesmente estar. De ouvir o som do mar sem pensar no e-mail não respondido. De ler um livro sem sentir culpa.
Foi nessa pausa que ele encontrou clareza. Que ouviu a própria voz, abafada por anos de barulho.
3. Existe outro jeito de viver (mesmo que pareça impossível agora)
A lição mais poderosa foi essa.
A gente acha que existe um único caminho certo: escola, faculdade, trabalho, promoção, estabilidade, aposentadoria. E pronto. Quem sai disso parece que está “perdido”.
Mas ele mostrou que há outros jeitos de viver. Que é possível redesenhar a própria rota, mesmo depois de anos investidos em uma direção. Que dá pra começar de novo — e que o novo pode ser muito mais leve, mais verdadeiro.
Não estou dizendo que todo mundo deve largar tudo e se mudar pra Bali. Não é isso.
Mas talvez a gente precise mesmo questionar o que estamos chamando de “vida boa”. Às vezes, ela está mais perto do que imaginamos — só que em outra direção.
Se essa história mexeu com você de algum jeito, talvez seja hora de olhar pra dentro. Nem todo mundo precisa mudar de país, mas todo mundo precisa, em algum momento, mudar de perspectiva.